Este artigo foi originalmente publicado em Autodesk's Redshift como "7 Tactics for Meeting the Architecture 2030 Challenge and Beyond."
À medida que o impacto das mudanças climáticas aumenta, escritórios de arquitetura com pensamento de vanguarda se comprometeram a ser parte da solução. Cada vez mais as empresas estão participando do Desafio 2030 e da iniciativa do Instituto Americano de Arquitetos (AIA em sua sigla em inglês), a chamada AIA 2030 Commitment, que proporciona uma abordagem de redução da dependência de combustíveis fósseis e visa tornar todos os edifícios, empreendimentos e grandes renovações neutros em carbono até 2030.
O Desafio 2030 foi adotado por 8 das 10 maiores e 65% das 20 maiores empresas de planejamento, engenharia e arquitetura dos Estados Unidos, assim como muitas agências governamentais locais e estaduais. Entre estas está a Eskew+Dumez+Ripple (EDR), uma empresa de arquitetura e planejamento de New Orleans; HOK, uma empresa global de design, arquitetura, engenharia e planejamento; CTA Architects Engineers, uma empresa que integra design, arquitetura e engenharia com escritórios espalhados pelo Oeste dos Estados Unidos e Canadá. Aqui, cinco profissionais da EDR, HOK e CTA compartilharam sete táticas que vêm utilizando para alcançar o objetivo até 2030 - e um futuro sustentável deste planeta.
1. Inovação em todo o portfólio
Todas as três empresas de arquitetura destacam a importância da eficiência energética em todos os projetos de seu portfólio. A abordagem sustenta todos os esforços que realizam para alcançar o objetivo do Desafio 2030.
"Não queremos apenas direcionar projetos que possuem altos objetivos sustentáveis", diz Jacob Dunn, arquiteto de EDR. "Estamos realmente interessados em levantar esta bandeira para o meio da distribuição de projetos."
2. Definir desde cedo os objetivos de uso energético
"Falamos sobre o comprometimento com 2030 durante a fase de marketing e definimos os objetivos e referências durante o desenho conceitual," diz Anica Landreneau, diretora de projetos sustentáveis na HOK.
Ashleigh Powell, diretor de sustentabilidade na CTA, acrescenta que estabelecer os objetivos de Intensidade de Uso Energético (Energy Use Intensity, EUI) no começo de um projeto cria uma maneira diferente de pensar para projetistas e os prepara para o sucesso.
E a equipe de Landreneau é responsável também por convencer clientes. "Quando o cliente é parte da discussão, todos trabalham em direção àquele objetivo," segundo ela. "As pessoas esquecem que não era obrigatório ou que foi obrigado por contrato. Elas apenas continuam trabalhando para isso."
3. Elaborar modelos desde o início, e com frequência
De acordo com Richard Dykstra, especialista em BPA na CTA, elaborar modelos pode ajudar equipes internas a comunicar melhor. "Começamos desde o princípio com todas as equipes - arquitetura, engenharia, construção e os proprietários - para descobrir qual é o objetivo," relata Dykstra. "Então nós brincamos com diferentes modelos para descobrir qual tem um impacto naquele objetivo e qual não o tem. Utilizamos isto para informar o desenho desde o começo. Fazemos então reuniões com regularidade, fazendo simulações e desenho arquitetônico lado a lado."
Também podem haver benefícios financeiros para elaboração de modelos para o primeiro custo (a soma dos gastos iniciais em um projeto de construção). "Se não fizer o modelo cedo o suficiente, perde-se a oportunidade de encontrar trade-offs onde você pode entrar com um projeto de alto desempenho que é de primeiro custo neutro ou até mesmo [rendimentos] economia de primeiro custo", segundo Landreneau.
4. Equilíbrio entre a primeira estimativa de custos e custos operacionais
Mas como as empresas abordam clientes que não estão interessados em sustentabilidade?
Indo atrás dos reparos mais fáceis primeiro é uma das táticas utilizadas pelo CTA e juntamente com a criação de modelos nos primeiros estágios, pode auxiliar a encontrar economia de primeiro custo em lugares inesperados. "Estamos trabalhando em uma pequena escola que não está interessada em conservação de energia," conta Dykstra. "Eles apenas querem uma escola que funcione. Estamos fazendo tudo que podemos para fazer escolhas responsáveis para eles, mas com um orçamento menor, obviamente não vamos conseguir um edifício de performance super alta. Fazemos o que podemos para consertar algumas das frutas de baixo custo para eles e fazer um edifício altamente funcional e de alto desempenho. "
Sempre existem os trade-offs, e alguns deles podem se pagar a longo prazo. "Outro desafio principal é a comunicação das relações custo-benefício," argumenta Dunn. "Olhando para uma análise de custo do ciclo de vida e ser capaz de comunicar todas as diferenças nos diferentes tipos de energias operacionais e impactos de desenho de cada decisão, e como isso afeta todo o processo."
5. Tornar os modelos de uso energético acessíveis e visuais
Tim Johnson, engenheiro da CTA, explica como fazer dos modelos algo visual ajuda a engajar arquitetos e outras partes interessadas no processo. "No passado, todo trabalho energético era limitado a engenheiros mecânicos, porque é aí que as partes chave dos modelos energéticos costumam estar", diz. "É importante tornar esse processo mais acessível a todos para fazerem a análise, sem dificultar criatividade ".
Todas as três empresas citaram esta abordagem como crítico ao seu sucesso. "você realmente precisa ter seus parceiros de empresa envolvidos em termos de advocacia para clientes," segundo Dunn. "É uma forte convicção que os arquitetos devem executar simulações de desempenho para que eles possam fazê-lo."
Além disto, EDR possui reuniões semanais com diretores de projeto e outras partes interessadas e treina a equipe em fazer simulações e cálculos para que o planejamento de sustentabilidade se torne parte de cada nível da organização.
"Não é só questão de estabelecer os objetivos", diz Powell. "Mas sim fazer com que esta informação signifique algo para os projetistas."
6. Integrar o desempenho ambiental no processo de projeto
"Quando você começa a simular, é essencial ter as ferramentas corretas - deste modo é fácil para arquitetos aprenderem a fazer a análise de simulações", comenta Dunn.
Uma destas ferramentas é o Insight, da Autodesk que está diretamente integrado ao Revit e FormIt e permite que arquitetos elaborem modelos de cenários energéticos em uma fração do tempo que costumavam levar. "Estas ferramentas não estavam disponíveis há alguns anos atrás, mas tanto desenvolvimento ocorreu que incorporá-los no projeto é agora algo possível," segundo Dunn.
"O Insight permite que qualquer pessoa entre no mundo da modelagem de energia sem que precise conhecer sistemas de HVAC (sigla em inglês para aquecimento, ventilação e ar condicionado) complexos", acrescenta Johnson. "No Insight, podemos executar 100 simulações de uma só vez e ver onde os limites estão, e se é ou não rentável realizar alterações."
7. Integrar sustentabilidade nas práticas de contratação
Ao recrutar e contratar pessoas que são apaixonadas por sustentabilidade, as empresas garantem sua habilidade em alcançar seus objetivos de sustentabilidade em longo prazo. Novos talentos também trazem ideias e inovação, essenciais para o Desafio 2030.
"Há uma ampla gama de programas universitários e estudantes que se preocupam com esses problemas e outros que não o fazem", diz Dunn. "É preciso ser intencional sobre o tipo de pessoas que se procura." Ele acrescenta que também é importante atribuir alguém em sua equipe para pesquisar e projetar programas de sustentabilidade para que ele se torna uma parte do tecido da organização.
A mudança climática global está pronta para se tornar uma das preocupações mais prementes da indústria. As empresas comprometidas com o Desafio 2030 podem liderar o caminho, fazendo com que mais projetistas estejam envolvidos em discussões de energia ao longo do processo de projeto, e usando essas sete táticas para reduzir significativamente a pegada de carbono em suas obras.